Existe na bibliografia específica uma recorrente polarização entre duas atitudes na supervisão, uma chamada de didática e outra experiencial2,43. Na primeira, o supervisor age estritamente como professor que pode explicar, corrigir, sugerir, tornandose um modelo para uma identificação por parte do supervisionando. As situações afetivas são lidadas exclusivamente no tratamento pessoal do candidato, conforme Abuchaim43. Já na atitude experiencial, esse autor refere que a função do supervisor é facilitar o crescimento pessoal do supervisionando.
Essas flutuações no relacionamento, que podem ser desde manifestações sutis até mais grosseiras, também são focos, ao lado das expressões verbais e comportamentais, de observação da dupla supervisor/supervisionando para o entendimento do caso em estudo. É fundamental que se desenvolva uma “aliança de psicanálise aprendizado” (expressão utilizada por Fleming e Benedek2 [p.53]) entre supervisor e supervisionando. Para que isto se desenvolva de uma forma adequada, faz-se necessário que o supervisor tenha em mente as múltiplas funções que pode vir a exercer durante o relacionamento com seu supervisionando27.
Mais recentemente, uma nova fonte de conhecimento tem surgido a partir de pesquisas qualitativas sobre a supervisão analítica, e é de se esperar que esses novos dados tragam mais elementos para que o mapeamento dessa fascinante área continue a ser desenvolvido. Rupturas ou desvios desse enquadramento podem ser expressões desses processos paralelos que informam sobre conflitos não elaborados dentro da sessão analítica. Tais elementos podem ser úteis na observação mais acurada e detalhada do caso supervisionado, no aprofundamento exploratório sobre as motivações provenientes do espaço analítico supervisionado (e não do mundo interno do supervisionando) e para efetuar-se a validação do processo de supervisão.
A supervisão tem como objetivo auxiliar o supervisionando a estabelecer as bases para a aquisição da identidade de psicanalista. Essa identidade é construída a partir da transmissão de conhecimentos, dos procedimentos técnicos e do estímulo constante ao desenvolvimento da capacidade de transformar conhecimentos teóricos em intervenções interpretativas no processo psicanalítico. Ocorre que neste relacionamento existem projeções, identificações e identificações projetivas entre supervisionando, supervisor, paciente e, eventualmente, com o próprio analista do supervisionando. Bion54 considera o aprender a partir da experiência como essencial no desenvolvimento de uma experiência emocional capaz de produzir mudanças comportamentais. Dentro do modelo experencial/relacional, a contratransferência no processo supervisório deve ser francamente discutida, como mais um instrumento de trabalho21. É mister que se tenha clara a noção de limites, ou seja, não cabe ao supervisor investigar ou interpretar as origens dos sentimentos do terapeuta, e sim utilizá-los para compreender o paciente, na medida em que sejam despertados na análise ou que surjam na supervisão.
Trata-se de uma abordagem que trabalha profundamente o inconsciente, responsável pelas nossas atitudes que temos “em modo automático”. A visão de fases da supervisão (quadro 2) é, como salienta Cruz47, um exercício de sistematizar artificialmente com finalidades didáticas ou de exposição um processo que é contínuo e que apresenta inúmeras variáveis. Ele é feito todo em prata 950k que significa o melhor índica de teor do Brasil e resina em cor púrpura. No cargo de Psicanalista se inicia ganhando R$ 2.178,00 de salário e pode vir a ganhar até R$ 4.311,00. Pela via da sexualidade humana, polimorfa, vemos que, diferentemente da sexualidade dos animais, a nossa não tem objeto fixo nem pré-determinado.
Nessa revisão da bibliografia, foram incluídas referências sobre psicoterapia de orientação psicanalítica, também chamada psicoterapia dinâmica, pois, conforme refere Machado5, a supervisão em psicoterapia de orientação analítica é uma aplicação da supervisão psicanalítica. Quando considerados relevantes, também foram incluídos dados sobre a supervisão no ensino da psiquiatria. A presente revisão tem como finalidade apresentar uma proposta de sistematização dos aspectos da supervisão psicanalítica, visando a contribuir para uma área ainda em desenvolvimento e que conta com crescentes contribuições realizadas em nosso meio e fora dele. Freud acreditava que as pessoas poderiam ser curadas tornando conscientes seus pensamentos e motivações inconscientes, obtendo assim “insight”. O objetivo da terapia psicanalítica é liberar emoções e experiências reprimidas, ou seja, tornar o inconsciente consciente.
Psicologia Analítica: conheça a abordagem de Jung
Pode tornar-se extremamente severo, anulando as possibilidades de escolha do ego.PulsãoConceito situado na fronteira entre o psíquico e o somático. A pulsão é a representante psíquica dos estímulos que se originam no organismo e alcançam a mente. É diferente do instinto, pois não apresenta uma finalidade biologicamente predeterminada, e é insaciável, pois tem relação com um desejo, e não com uma necessidade.SonhosCaminho de ouro para o acesso ao inconsciente. A interpretação do conteúdo dos sonhos revela desejos e percepções que de outro modo não chegariam à consciência.Complexo de ÉdipoEntre dois e cinco anos, aproximadamente, a criança desenvolve intenso sentimento de amor pelo genitor do sexo oposto e grande hostilidade pelo do próprio sexo. O conflito costuma declinar por volta dos cinco anos, e uma boa estruturação da personalidade depende de sua resolução satisfatória. De forma simples, mas não simplória, Lacan apresenta algumas reflexões sobre esse conceito-fenômeno.
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Há de se acrescentar, ainda, que, diferentemente da ciência, o objeto da psicanálise é um objeto perdido, faltoso, causa do desejo – não sendo, portanto, um objeto apreensível objetivamente. Quando a contratransferência é trazida diretamente pelo supervisionando, pode revelar um aumento de confiança no trabalho de supervisão. Deve-se mostrar que aspectos estão projetados dentro do terapeuta, relacionando-os com a compreensão do caso.
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A questão do setting analítico, caracterizado pela relação entre o analisa e o analisado, é muito evidente nesse modo de pensar. Neste contexto, o pensamento precede o conhecimento já que o indivíduo cria o que não existe ou não conhece (pré-concepção). A criança não desenvolve apropriadamente o seu lado emocional, resultando em uma série de complicações na vida adulta. Neste contexto, Lacan estabelece a relação entre o “eu” e o outro, sendo a linguagem o instrumento de mediação entre eles. O indivíduo, portanto, consegue identificar esses símbolos por conta da linguagem. Por exemplo, quando um indivíduo é vítima de um comportamento grosseiro no trabalho, ele sente raiva e vontade de retrucar ou até de agredir o outro fisicamente.